A zica ou zika é uma doença que até hoje é muito comentada, pois ela possui um grande potencial de propagação e a prevenção é vital para que não haja outro surto da doença.
Além disso, o zika vírus é transmitido por meio do mosquito Aedes aegypti, que após picar alguém que já está infectado transporta o vírus por toda a sua vida, levando e transmitindo a doença para populações que nunca tiveram contato com a doença, e que, portanto, são bastante vulneráveis, uma vez que não possuem anticorpos.
Além disso, a fêmea do mosquito deposita os seus ovos em recipientes que têm água parada. Ao eclodirem de seus ovos, as larvas do mosquito ficam na água por cerca de uma semana.
Depois, transformam-se em mosquitos adultos, estágio em que já picam seres humanos e animais. A procriação do mosquito é bastante rápida, e um adulto dessa espécie pode viver por cerca de 45 dias. Quando a pessoa é picada, leva-se entre 3 e 12 dias para que os sintomas do vírus Zika possam vir a aparecer.
O que é a zika?
Conhecido cientificamente como ZIKV, se constitui por um vírus envelopado de cadeia de RNA simples (não segmentado), da família flaviviridae e gênero flavivírus.
O principal meio de contágio do zika vírus se dá através da picada do mosquito Aedes aegypti; ele também é transmitido por relações sexuais, contato sanguíneo, leite materno e pelo líquido amniótico.
Além disso, a causa de microcefalia se dá quando a mãe está infectada e o vírus age perfurando a placenta chegando ao líquido amniótico infectando também o feto. Estudos apontam que o vírus destrói o tecido neuronal dos fetos. No enatnto, nos casos de infecção nos primeiros 3 meses de gestação o feto tem mais chances de nascer com microcefalia.
Quais são os sintomas?
Aproximadamente 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Nos casos sintomáticos, costumam ocorrer dores de cabeça leves, febre baixa, mal-estar, dor articular leve, conjuntivite, prurido e exantema maculopapular (erupção cutânea que não se eleva acima da superfície da pele).
1. Síndrome de guillain-barré:
As infeções por vírus Zica têm sido associadas à síndrome de Guillain-Barré (SGB), que é a fraqueza muscular de início rápido que pode progredir para paralisia.
Embora ambas possam ocorrer na mesma pessoa ao mesmo tempo, é difícil apontar conclusivamente o vírus zica como causa da SGB. Vários países afetados pelos surtos de Zica têm relatado aumentos nos casos de SGB e há registo na Colômbia de 3 mortes devido a SGB relacionada com o Zica.
2. Microcefalia:
Acredita-se que a doença possa ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez e causar microcefalia. No entanto, existem poucos casos relatados na literatura científica.
Em ambos os casos, as ecografias demonstraram que o perímetro cefálico reduzido (microcefalia) se devia à destruição de diversas partes do cérebro. Um dos fetos também apresentava calcificações nos olhos e microftalmia. O Ministério reportou posteriormente pelo menos 2400 casos suspeitos de microcefalia no país até 12 de dezembro de 2015 e 29 mortes.
Qual é a relação entre o vírus da zika e a microcefalia?
A relação entre zika e microcefalia foi confirmada pela primeira vez no mundo no fim de novembro pelo Ministério da Saúde brasileiro. A investigação ocorreu depois da constatação de um número muito elevado de casos em regiões que também tinham sido acometidas por casos de zika.
A evidência crucial para determinar essa ligação foi um teste feito no Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde no Pará, que detectou a presença do vírus da zika em amostras de sangue coletadas de um bebê que nasceu com microcefalia no Ceará e acabou morrendo.
Como a situação é muito recente, ainda não se sabe como o vírus atua no organismo humano, quais mecanismos levam à microcefalia e qual o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Segundo o Ministério da Saúde, as investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer essas questões.
Quais são as causas?
Uma gestante pode transmitir o ZKV para o feto durante a gravidez e essa forma de transmissão está relacionada a ocorrência de microcefalia e outros defeitos cerebrais graves do feto, além disso, alterações articulares, oculares e outras malformações vem sendo relacionadas à transmissão do ZKV da mãe para o feto e estão em estudo.
O vírus pode ser transmitido através de relação sexual de uma pessoa com zika para os seus parceiros ou parceiras, mesmo que a pessoa infectada não apresente os sintomas da doença.
Qual é o tratamento para a zika?
Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus zika. Também não há vacina contra o vírus. O tratamento recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados.
Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios, em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus. Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue, devido à sua maior frequência e gravidade conhecida.