Doenças e Tratamentos

Paludismo: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Por Alan Costa, em 28/02/2018 (atualizado em 08/10/2021)
causas da paludismo

O paludismo é uma doença infeciosa e endêmica (regiões tropicais e subtropicais) provocada pela existência de parasitas do gênero Plasmodium no sangue e que são transmitidos pela picada de mosquitos fêmea do gênero Anopheles.

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É caracterizado por acessos febris periódicos; diários, de dois em dois dias, ou de três em três dias, consoante o Plasmódio responsável (plasmodium falciparum, plasmodium vivax, plasmodium malariae e plasmodium ovale) hepatesplenomegalia e presença de parasitas no sangue que invadem os eritrócitos, destruindo-os.

O paludismo pode surgir como uma doença com carácter agudo (que pode ser rapidamente mortal e que se manifesta sob diferentes formas, consoante o órgão predominantemente envolvido) ou com carácter crônico (que pode levar à caquexia e morte).

O que é o paludismo?

É uma infecção causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitida por mosquitos Anopheles, caracterizada por episódios de febre, calafrios e tremedeiras. A presença do parasita leva à destruição das hemácias (glóbulos vermelhos) e consequente anemia.

Trata-se de uma doença ainda muito comum, especialmente em países pobres da faixa tropical do planeta, onde há pouco acesso à medidas preventivas e o tratamento é defasado.

Estima-se que o paludismo mata cerca de 660.000 pessoas por ano e ainda não existe uma vacina preventiva. A Organização Mundial da Saúde (OMS) possui um programa para melhorar o quadro e, todos os anos, lança um relatório com dados sobre a doença a nível mundial.

A doença é tratada como uma emergência médica, pois a demora para iniciar o tratamento dá margem para que a doença se desenvolva até afetar seriamente órgãos vitais, inclusive o cérebro.

No CID 10 (Classificação Internacional de Doenças, décima edição), o paludismo é encontrada pelos códigos B50 até B54, dependendo do tipo de parasita causador da infecção.

Transmissão do paludismo:

O paludismo é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, em menor quantidade.

Não é uma doença contagiosa. Ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa. É necessário o vetor para realizar a transmissão.

Apenas as fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles são capazes de transmitir o paludismo. O período de incubação varia de acordo com a espécie de plasmódio.

Sintomas do paludismo:

Uma vez que o mosquito infectado pica o humano, os parasitas viajam até o fígado, onde se multiplicam e entram nas células vermelhas do sangue. Dentro dessas células, os parasitas se multiplicam rapidamente até elas se romperem, liberando ainda mais parasitas na corrente sanguínea e manifestando, nesse processo, os sintomas típicos da doença.

O paludismo começa como a gripe, com os primeiros sintomas surgindo entre nove e 14 dias após a infecção. Os sintomas incluem febre (podem ocorrer ciclos típicos de febre, calafrios e suor em grande quantidade), dor nas articulações, dores de cabeça, vômitos frequentes, convulsões e coma.

Se o paludismo simples não for tratado, ela pode se tornar grave – anualmente, cerca de oito milhões de casos progridem para o tipo grave da doença. Mortes por paludismo podem ocorrer devido a danos cerebrais ou danos aos órgãos vitais. A redução das células vermelhas no sangue pode causar anemia.

causas do paludismo

 

Causas do paludismo:

Os parasitas da paludismo pertencem ao gênero Plasmodium (filo Apicomplexa). No ser humano, o paludismo  é provocada por P. falciparum, P. malariae, P. ovale, P. vivax e P. knowlesi. Entre a população infectada, a espécie com maior prevalência é a P. falciparum (~75%), seguida pela P. vivax (~20%).

Embora a P. falciparum seja a responsável pela maioria das mortes, existem dados recentes que sugerem que paludismo por P. vivax está associada a condições que colocam a vida em risco em igual número com a infecção por P. falciparum.

A P. vivax é, em proporção, mais comum fora de África. Estão também documentadas várias infecções humanas com diversas espécies de Plasmodium de origem símia; no entanto, com a exceção da P. knowlesi – uma espécie zoonótica que provoca paludismo nos macacos a relevância para a saúde pública destas infecções é apenas residual.

Ciclo de vida do parasita:

No ciclo de vida do Plasmodium, a fêmea do mosquito Anopheles (o hospedeiro definitivo) transmite a um vertebrado. O hospedeiro secundário, como o ser humano) uma forma infecciosa móvel (denominada esporozoíto), atuando desta forma como vetor.

O esporozoíto percorre os vasos sanguíneos até às células hepáticas, nas quais se reproduz assexualmente (através de esquizogonia tecidual), produzindo milhares de merozoítos. Estes últimos irão infectar mais glóbulos vermelhos e dar início a uma série de ciclos de multiplicação assexuada que produzem entre 8 a 24 novos merozoítos infecciosos cada um, até à célula romper e dar início a um novo ciclo de infecção.

Os restantes merozoítos tornam-se gametócitos imaturos, os quais são os precursores dos gâmetas masculinos e femininos. Quando um mosquito pica uma pessoa infectada, os gametócitos são transportados no sangue e amadurecem no sistema digestivo do mosquito.

Os gametócitos macho e fêmea fundem-se e formam um oocineto – um zigoto fertilizado móvel. Por sua vez, os oocinetos transformam-se em novos esporozoítos que migram para as glândulas salivares do insecto, prontos a infectar novos vertebrados. Quando o mosquito se alimenta através da picada, os esporozoítos são injectados para a pele através da sua saliva.

Só a fêmea do mosquito é que se alimenta de sangue; os machos alimentam-se do néctar de plantas, pelo que não transmitem a doença. Além disso, as fêmeas do género Anopheles preferem alimentar-se ao longo da noite, iniciando a procura de uma refeição com o pôr do sol. Os parasitas podem também ser transmitidos através de transfusões de sangue, embora a sua ocorrência seja rara.

Paludismo pecorrente:

Os sintomas do paludismo podem ocorrer novamente após períodos sem qualquer sintoma. Dependendo da causa, a recorrência pode ser classificada em recrudescência, recidiva ou reinfecção. A recrudescência verifica-se quando se manifestam novamente sintomas após um período sem qualquer sintoma.

É provocada por parasitas no sangue que sobreviveram a um tratamento inadequado ou ineficaz. As recidivas ocorrem quando reaparecem sintomas mesmo após os parasitas terem sido eliminados do sangue, devido à persistência de populações de hipnozoítos adormecidos nas células do fígado. Além disso, as recidivas ocorrem frequentemente entre 8 a 24 semanas e são mais frequentes nas infecções por P. vivax e P. ovale.

Nos casos de paludismo por P. vivax em regiões de clima temperado, é comum que os hipnozoítos adormeçam durante o inverno, iniciando-se as recidivas no ano seguinte à picada do mosquito. A reinfecção verifica-se quando o parasita que provocou a infecção anterior foi completamente eliminado do corpo, mas foi introduzido um novo parasita.

É difícil distinguir a reinfecção da recrudescência, embora a ocorrência de uma nova infecção no prazo de duas semanas após o tratamento da infecção inicial seja normalmente atribuída ao insucesso desse tratamento.

paludismo

Tratamentos:

A decisão de como tratar o paciente com paludismo deve estar de acordo com o Manual de Terapêutica do paludismo, editado pelo Ministério da Saúde, e ser orientada pelos seguintes aspectos:

  • Espécie de plasmódio dependendo da espécie de plasmódio o paciente vai receber um tipo de tratamento
  • Gravidade da doença – pela necessidade de drogas injetáveis de ação mais rápida sobre os parasitos, visando reduzir a letalidade.

Medicamentos:

Os medicamentos mais usados para o tratamento são:

  • Clordox
  • Doxiciclina

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Além disso, não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes.Se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

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