A maioria das mulheres entra na menopausa “natural” entre os 45 e 55 anos. A média é 51 anos de idade. Quando a menopausa surge antes dos 40 anos, dizemos que a mulher teve uma menopausa precoce, pois seus ovários entraram em falência mais cedo do que o habitual.
Ao contrário dos homens que produzem espermatozoides durante toda vida, as mulheres já nascem com uma quantidade contada de folículos ovarianos, que são os precursores dos óvulos. Em média, a mulher inicia a vida com 300 a 400 mil folículos ovarianos. Apesar de só liberar um óvulo por ciclo menstrual, o processo de maturação deste óvulo envolve o desenvolvimento de vários folículos ao mesmo tempo.
Durante os 30 ou 40 anos de período fértil, a mulher consome todos os seus folículos, entrando na menopausa no momento em que já não possuir mais reserva de folículos ovarianos. Quando os ovários param de trabalhar, a mulher deixa de produzir hormônios sexuais, como estrogênio e progesterona, e deixa de ovular, tornando-se infértil.
Além de lidar com os sintomas típicos da menopausa, como fogachos, secura vaginal e alterações de humor, muitas mulheres submetidas à menopausa precoce têm de lidar com problemas emocionais importantes, principalmente se uma gravidez ainda estava nos seus planos. Mulheres ainda sem filhos que recebem o diagnóstico de menopausa precoce podem ficar emocionalmente devastadas.
Causas da menopausa precoce:
A menopausa precoce surge quando a mulher já nasce com uma reserva menor que a esperada de folículos ovarianos ou quando ao longo da vida, por motivos diversos, os seus folículos são consumidos de forma mais rápida que o habitual.
Estudos mostram que:
- 0,1% das mulheres entram em menopausa antes dos 30 anos;
- 0,25% das mulheres entram em menopausa antes dos 35 anos;
- 1,0% das mulheres entram em menopausa antes dos 40 anos.
Na maioria dos casos, os médicos não conseguem definir claramente uma causa para a insuficiência ovariana. Em algumas mulheres, a menopausa precoce pode ser explicada por anormalidades genéticas, exposição a toxinas ou doenças autoimunes.
Mas para a maioria das pacientes, a falência ovariana acaba sendo classificada como idiopática, que significa não ter nenhuma causa conhecida. Mesmo que a maioria das situações termine não sendo esclarecida, uma investigação médica é importante, pois em muitos casos é possível identificar uma origem.
A maioria das mulheres que acaba por desenvolver menopausa precoce apresenta um desenvolvimento sexual e reprodutivo normal durante a vida, com menarca (primeira menstruação da vida) no período esperado e ciclos menstruais mais ou menos regulares. Não é possível através da avaliação do padrão menstrual detectar precocemente quais mulheres estão sob maior risco de falência ovariana precoce.
Sintomas:
Somente quando os ovários começam a apresentar sinais de falência é que os primeiros sintomas da menopausa precoce começam a surgir. Na verdade, os sintomas da menopausa precoce são semelhantes aos da menopausa normal, a única diferença é que eles começam a surgir antes do momento esperado.
Entre os sintomas da menopausa precoce, podemos citar:
- Irregularidade menstrual;
- Ausência de menstruação por mais de 3 meses;
- Afrontamentos ou fogachos;
- Suores noturnos;
- Secura vaginal;
- Alterações de humor;
- Diminuição do desejo sexual;
- Infertilidade.
Em geral, apenas 5 a 10% das mulheres que começam a entrar na menopausa precocemente conseguem engravidar e ter filhos antes da total falência dos ovários.
Tratamentos:
O diagnóstico da menopausa precoce pode ser devastador para a mulher, principalmente se a mesma ainda quiser ter filhos. Por isso, não basta o tratamento para problemas físicos, como prevenção da osteoporose, é preciso também cuidar da parte emocional da paciente.
Uma vez que os ovários param de funcionar, os níveis de estrogênio e progesterona da paciente despencam. A reposição destes hormônios é importante, principalmente na prevenção da osteoporose.
Nas mulheres jovens, a terapia de reposição hormonal tem mais benefícios e menos riscos que nas mulheres mais idosas. A reposição de vitamina D é outra forma de agir na prevenção do desgaste dos ossos que ocorre na menopausa .
O tratamento da infertilidade é um pouco mais complicado. Como já mencionado, apenas 5 e 10% das mulheres com menopausa precoce são capazes de ter filhos. O tratamento com estrogênio, medicamentos para a fertilidade, ou outros hormônios não ajudam a melhorar a fertilidade.