A gastrite crônica é uma condição que se refere à inflamação, irritação ou pelo revestimento do estômago. Além disso, a dor no estômago, desconforto abdominal, azia e vômitos são sintomas conhecido por muitos brasileiros. Eles são comuns nos casos de gastrite, uma inflamação que atinge a parede do estômago e pode ser leve ou moderada, sendo classificada em diversos níveis.
Apesar de ser uma doença comum, os sintomas, causas e tratamentos para gastrite ainda geram muitas dúvidas. Por isso, no artigo de hoje, vamos esclarecer essas questões e falar sobre a diferença entre a gastrite crônica e aguda. Além de dar dicas de como prevenir o problema.
O que é gastrite crônica?
Esse tipo de gastrite se desenvolve com o passar do tempo e pode ser assintomática em seu início. Ela tem mais que um episódio transitório e é caracterizada por inflamações constantes na mucosa gastrointestinal, podendo causar atrofia dessa membrana ou mesmo metaplasia epitelial — uma lesão com potencial para evoluir para câncer estomacal.
A gastrite crônica pode ter três fases:
- Superficial ou leve, em que apenas uma parte da parede do estômago é afetada;
- Atrófica ou moderada, em que a inflamação já está em um estágio mais avançado;
- Atrofia gástrica, quando a parede do estômago já está muito atingida.
O que causa da gastrite crônica:
Tanto a gastrite aguda quanto a crônica podem desencadear devido a alguns maus hábitos de alimentação e uso exagerado de alguns medicamentos. Há ainda fatores de risco que podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver a doença, como a idade mais avançada e doenças autoimunes.
Veja abaixo as principais causas da gastrite:
1. Uso excessivo de analgésicos e anti-inflamatórios:
O uso excessivo de analgésicos e anti-inflamatórios interfere na produção do muco responsável por proteger o revestimento do estômago contra as ações do suco gástrico produzido para digerir os alimentos. Sem essa proteção, a acidez agride a parede estomacal, causando feridas, lesões e inflamações, como a gastrite.
2. Idade avançada:
Com o passar dos anos há um desgaste natural das funções do organismo e isso também acontece com o sistema gastrointestinal. Pessoas idosas tendem a ter o revestimento do estômago mais flácido e frágil.
O que aumenta os riscos de agressão das mucosas pelo suco gástrico, provocando mais azia, queimação e lesões. Pessoas mais velhas também têm mais chances de infecção por vírus e bactérias, podendo até mesmo desenvolver doenças autoimunes, que causam danos à parede estomacal.
3. Alcoolismo:
O álcool eleva a acidez do estômago. Por isso, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas aumenta os riscos de inflamações do revestimento estomacal.
4. Estresse:
O estresse pode desregular a produção adequada do suco gástrico necessário para digerir os alimentos, elevando os riscos de danos à parede do estômago.
5. Doenças autoimunes:
As doenças autoimunes são aquelas que o organismo ataca os próprios órgãos, entre eles o estômago. A gastrite atrófica autoimune produz anticorpos que inativam o factor intrínseco uma proteína produzida no estômago e ataca as células das paredes estomacais. Além das lesões, essa doença dificulta a absorção da vitamina B12, causando anemia.
6. HIV/ AIDS:
Pessoas portadoras do vírus do HIV podem apresentar falhas no sistema imunológico que as deixam mais suscetíveis à ação de outros vírus e bactérias que podem atacar as paredes estomacais, como a bactéria Helicobacter Pylori.
7. Má alimentação:
Frituras e comidas pesadas e gordurosas exigem que o organismo produza mais suco gástrico para digerir os alimentos — o que eleva a acidez estomacal e pode levar a lesões e inflamações.
Sintomas da gastrite crônica:
Entre os principais sintomas da gastrite crônica, estão:
- dores abdominais que se iniciam na boca do estômago e podem irradiar para outras áreas da barriga;
- perda de apetite;
- vômitos;
- náuseas;
- queimação;
- azia;
- indigestão;
- sangue nas fezes e/ou nos vômitos.
Diagnóstico:
A gastrite pode ser diagnosticada através de um ou mais exames:
Endoscopia digestiva alta: Consiste na inserção de um endoscópio, um tubo fino contendo uma pequena câmera, através da boca (ou às vezes pelo nariz) para observação do revestimento do estômago.
Teste sanguíneo: A presença de anemia pode ser um indicador de sangramento no estômago;
Exame de fezes. Este teste verifica a presença de sangue nas fezes, um sinal de sangramento.
Tratamento para gastrite crônica:
O tratamento da gastrite crônica pode ser feito com o uso de medicamentos protetores gástricos, que são aqueles que formam uma barreira protetora para impedir que o ácido gástrico atinja as paredes do estômago, facilitando a cicatrização das feridas e diminuindo a inflamação. Veja os remédios mais usados: Remédios para gastrite.
Além disso, é necessário que o paciente cumpra uma dieta alimentar rigorosa onde só é permitido o consumo de alimentos cozidos, com poucos condimentos e água. Ao fazer isso por algum tempo, os sintomas da gastrite irão diminuir.
E então a dieta poderá ser um pouco mais extensa, embora seja necessário evitar todos os alimentos apimentados, gordurosos, bebidas alcoólicas, refrigerantes e sucos industrializados.