Doenças sexualmente transmissíveis: o que é, causas, sintomas e tratamentos
As doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia ou AIDS, podem surgir quando se tem relações sexuais sem camisinha, seja através do contato íntimo vaginal, anal ou oral. Porém, as chances de contágio aumentam quando se tem vários parceiros no mesmo período de tempo, e estas doenças afetam igualmente homens e mulheres de todas as idades.
Geralmente, estas infecções causam sintomas que afetam os órgãos genitais, como dor, vermelhidão, pequenas feridas, corrimento, inchaço, dificuldade para urinar ou dor durante o contato íntimo e, para identificar a doença correta, é necessário ir no ginecologista ou no urologista, para fazer exames específicos.
Para o tratamento, normalmente, o médico indica o uso de antibióticos ou antifúngicos em forma de comprimido ou pomadas, pois geralmente, as DST têm cura. Porém, a AIDS e a herpes, não têm cura e por isso, é importante evitar ser contaminado usando camisinha em todas as relações.
Segundo pesquisa divulgada pela revista Fleury em 2011, as DST’s se espalham com rapidez pelo mundo por falta de prevenção e cuidados básicos. De acordo com a pesquisa, diariamente em torno de 1 milhão de pessoas são infectadas com algum tipo de DST.
Os casos de gonorreia, clamídia, sífilis ou tricomoníase somam 500 milhões de indivíduos por ano. O vírus do herpes tipo 2 infecta mais de 530 milhões de pessoas e 290 milhões são acometidas pelo HPV, que causa 530 mil ocorrências de câncer do colo do útero por ano. E 275 mil pessoas morrem por ano devido a esse tipo de câncer.
O que são as doenças sexualmente transmissíveis?
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são doenças causadas por vírus, bactérias ou outros micróbios que se transmitem, principalmente, através das relações sexuais sem o uso de preservativo com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
Algumas DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.
Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da Aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis.
A Aids e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez, o parto. E, no caso da Aids, também na amamentação.
O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças.
Tipos de doenças sexualmente transmissíveis:
A seguir, veremos com mais detalhes os agentes infecciosos, os sintomas e o tratamento de algumas DST’s:
1. Aids:
A Aids, ou síndrome da imunodeficiência adquirida, é uma doença causada pelo vírus HIV. O HIV ataca os linfócitos, células do sistema imunológico do ser humano, deixando-o mais susceptível a outras doenças, principalmente aquelas provocadas por vírus e bactérias.
Os sintomas da Aids podem demorar a se manifestar. Muitos portadores passam anos sem manifestar sinais da doença. Os sintomas são muito variados, pois estão relacionados ao comprometimento do sistema imunológico. Podem ocorrer, por exemplo, gripes constantes, perda de peso, febre e diarreia. O diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue.
No estágio avançado da Aids, o número de linfócitos fica muito baixo e o indivíduo contrai facilmente as chamadas doenças oportunistas, como, por exemplo, gripe, pneumonia e tuberculose, que podem acabar sendo fatais.
A Aids ainda não possui uma cura definitiva. Seu tratamento é realizado por meio de um conjunto de medicamentos, popularmente conhecido como “coquetel”, que tenta impedir a replicação do HIV. Também é importante tratar adequadamente as doenças oportunistas adquiridas.
2. Gonorreia:
A doença é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que infecta sobretudo a uretra.
O sintoma mais comum é a presença de corrimento na região genital, mas a infecção pode causar dor ou ardor ao urinar, dor ou sangramento na relação sexual e, nos homens, dor nos testículos. A maioria das mulheres infectadas não apresenta sintomas.
O tratamento é feito com antibiótico e deve ser estendido ao parceiro, mesmo que este não tenha sintomas. Quando não tratada, a infecção pode atingir vários órgãos, como o testículo, nos homens, e o útero e as trompas, nas mulheres, e pode causar infertilidade e complicações graves.
3. Vírus do papiloma humano – HPV:
O vírus do papiloma humano (HPV) é uma doença causada por alguns tipos de vírus que provocam lesões e verrugas – chamadas de papilomas – na vulva, na vagina, no colo do útero, no pênis ou no ânus. Alguns tipos de HPV podem levar ao desenvolvimento de câncer, principalmente de colo do útero.
O diagnóstico do HPV pode ser feito por meio de exames físicos realizados pelo médico, biópsias e, no caso das mulheres, por meio de um exame de rotina chamado papanicolau, que detecta alterações nas células uterinas.
Dependendo do tipo de HPV, o tratamento pode ser feito por meio da remoção cirúrgica ou da cauterização das lesões e verrugas, administração de medicamentos que melhoram o sistema imunológico e, no caso do câncer, de quimioterapia.
4. Gonorreia:
A Gonorreia é uma doença causada pela bactéria Neisseria gonorrheae, que provoca ardor ao urinar e secreções com odor desagradável na uretra ou na vagina. O período de incubação – ou seja, entre a contaminação (durante a relação sexual) e a manifestação dos sintomas – é curto, cerca de 2 a 10 dias.
O diagnóstico é feito por meio de exames físicos e da análise do histórico do paciente. Também são realizados exames laboratoriais, em que se analisam amostras da secreção, a fim de confirmar a presença da bactéria.
A gonorréia pode ser totalmente curada, desde que seja diagnosticada corretamente e tratada. O tratamento é realizado por meio da administração de antibióticos orais ou injetáveis. Porém, quando não tratada, a gonorréia pode levar a complicações como infertilidade e, nas mulheres, provocar uma doença inflamatória chamada de doença inflamatória pélvica, que pode ser fatal.
5. Sífilis:
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. A doença apresenta três estágios: sífilis primária, secundária e terciária. Após o contágio, o período de incubação é de cerca de um mês. Após este período surge o principal sintoma do estágio primário, uma lesão genital, geralmente na região da cabeça do pênis ou nos lábios vaginais, sem secreções e com a borda endurecida, conhecida como cancro duro ou úlcera genital.
Após a contaminação e a formação do cancro, a bactéria continua a se reproduzir no interior do organismo e passa a atingir outros órgãos. Essa disseminação da bactéria provoca feridas e manchas na pele por todo o corpo, caracterizando o estágio secundário da doença.
No estágio terciário, a sífilis provoca lesões maiores na pele e pode atingir o sistema nervoso, provocando problemas neurológicos e podendo levar à morte.
O diagnóstico é realizado por meio do exame físico, pelo médico, e de exames laboratoriais, realizados com amostras do cancro. O tratamento da sífilis é feito através da administração de penicilina, o primeiro antibiótico descoberto pelo homem. Recomenda-se que o paciente não mantenha relações sexuais sem proteção por um período de cerca de 15 dias após o final do tratamento, a fim de assegurar que todas as bactérias foram eliminadas.
6. Herpes genital:
A herpes genital é causada pelo vírus da herpes simples (HSV) e provoca manchas, lesões e pequenas bolhas nas mucosas genitais.
Embora possa ser controlada, a herpes genital não pode ser eliminada do organismo. Assim, seus portadores apresentam uma série de episódios de manifestação da doença ao longo da vida. Em geral, a doença se manifesta em fases nas quais o sistema imunológico está baixo, como períodos de estresse e de cansaço extremo.
O diagnóstico é feito por meio da observação das lesões pelo médico e da análise laboratorial de material colhido das feridas. O tratamento é feito com o uso de medicamentos antivirais orais ou de uso tópico. Esses medicamentos não eliminam completamente o vírus, mas diminuem o tempo de manifestação dos sintomas e reduzem os incômodos provocados pelas lesões.
Fatores de risco:
O principal fator de risco para se contrair uma doença sexualmente transmissível é ter vida sexual ativa. A melhor maneira de se prevenir contra as DST é não praticar sexo. Porém, isso é uma opção viável para apenas um minoria das pessoas. Naqueles que não pretendem praticar o celibato, usar preservativos e não ter uma vida promíscua é a melhor conduta.
Quando se estuda a população que tem ou já teve alguma doença venérea, algumas dados são encontrados com certa frequência, podendo ser caracterizados como fatores de risco para contaminação. Através destes estudos é possível afirmar que as doenças sexualmente transmissíveis são mais comuns nas pessoas que apresentam as seguintes características:
- Idade entre 15 e 24 anos.
- Solteiro.
- Múltiplos parceiros sexuais.
- Início precoce da vida sexual.
- Pratica de sexo sem preservativos.
- Consumo frequente de álcool.
- Usuários de drogas.
- Relações sexuais com prostitutas.
Além dos fatores acima, indivíduos que já tiveram uma DST têm maior risco de terem outras.
Sintomas:
Há diversos sintomas que devem ligar o sinal de alerta para a possível presença de uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST). É importante notar, entretanto, que algumas DST’s não apresentam nenhum sintoma, de modo que é importante manter uma rotina de acompanhamento médico regular, com a realização dos exames indicados pelo especialista. É interessante buscar o atendimento de um médico de confiança, que possa seguir o atendimento no longo prazo – conhecendo seu histórico e perfil.
Em primeiro lugar, fazer sexo sem camisinha significa estar vulnerável às doenças sexualmente transmissíveis, assim como compartilhar seringas e adotar outros comportamentos de risco. Se você teve alguma atitude que pode comprometer sua saúde, procure fazer exames e se cuidar. Um diagnóstico precoce pode fazer a diferença no tratamento de doenças.
O Ministério da Saúde elencou uma série de sintomas que podem estar relacionados a diferentes DST’s. Um diagnóstico exato, entretanto, somente poderá ser realizado consultando um médico.
Confira a lista:
Sintomas: Corrimento pelo colo do útero e/ou vagina (branco, cinza ou amarelado), coceira, dor ao urinar e/ou dor durante a relação sexual, cheiro ruim na região.
- DST prováveis: Tricomoníase, gonorreia, clamídia.
Sintomas: Corrimento pelo canal urinário, de cor amarela purulenta ou mais clara. Às vezes com cheiro ruim, pode vir acompanhado de coceira e sintomas urinários, como dor ao urinar e vontade de urinar constante.
- DST prováveis: Gonorreia, clamídia, tricomoníase, micoplasma, ureoplasma.
Sintomas: Presença de feridas na região genital (pode ser uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas ou não por bolhas pequenas, acompanhadas ou não de “íngua” na virilha.
- DST prováveis: Sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose, linfogranuloma venéreo.
Sintomas: Dor na parte baixa da barriga (conhecido como baixo ventre ou “pé da barriga”) e durante a relação sexual.
- DST prováveis: Gonorreia, clamídia, infecção por outras bactérias.
Sintomas: Verrugas genitais ou “crista de galo” (uma ou várias), que são pequenas no início e podem crescer rapidamente e se parecer como uma couve-flor.
- DST prováveis: infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
Diagnóstico:
Não há um teste que funcione para todos os tipos de DST’s, portanto ao ter algum dos sintomas mencionados o paciente deve procurar orientação de um profissional o mais rápido possível, para ser encaminhado para o tipo de exame específico correto.
Muitas pessoas sentem vergonha de falar sobre o assunto e realizar esses testes e exames, no entanto a importância de tratar essas doenças logo no início é crucial para a cura. O médico pode requerer exames de sangue, de urina, amostra de fluido/tecido e exame físico da região pélvica.
Além dos exames, o paciente deve relatar de modo claro e objetivo para o médico detalhes sobre sua vida sexual, a fim de excluir possibilidades e chegar ao diagnóstico correto o mais rápido possível. Portanto, a conscientização é muito importante e o diálogo é a melhor forma de esclarecer as dúvidas com o seu médico.
Os postos de saúde do Sistema Único de Saúde dão muita importância ao tratamento de doenças sexualmente transmissíveis. As primeiras coisas a serem relatadas no momento de informar são os sintomas e necessidade de confirmar o diagnóstico. O tratamento é sigiloso e os remédios podem ser adquiridos gratuitamente nas redes de Farmácia Popular.
Causas:
Vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fungos, bactérias e parasitas) estão envolvidos na contaminação por DST, gerando diferentes sintomas como feridas, corrimentos, dor ao urinar, bolhas ou verrugas.
Bactérias
- Cancro mole (Haemophilus ducreyi);
- Clamídia (Chlamydia trachomatis’);
- Granuloma inguinale (Dovania granulamatis);
- Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae);
- Sífilis (Treponema pallidum);
- Vaginose bacteriana (Gardnerella vaginalis).
Fungos
- Candidíase (Candida albicans).
Vírus
- Hepatite B;
- Hepatite C;
- Herpes simples tipo 1 e 2;
- SIDA (VIH);
- Condiloma acuminado (HPV tipo 6 e 11);
- Carcinomas genitais e da faringe (HPV/VPH tipo 16 e 18);
- Molusco contagioso;
- Linfoma de células T do adulto (HTLV).
Artrópodes
- Piolho-da-púbis.
Protozoários
- Tricomoníase (Trichomonas vaginalis).
Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis:
O preservativo, mais conhecido como camisinha é um dos métodos mais seguros contra as DST. Sua matéria prima é o látex. Antes de chegar nas lojas, é submetido a vários testes de qualidade. Apesar de ser o método mais eficiente contra a transmissão do vírus VIH (causador da epidemia da SIDA), o uso de preservativo não é aceito pela Igreja Católica Romana, pelas Igrejas Ortodoxas e pelos praticantes do Hinduísmo.
O principal argumento utilizado pelas religiões para sua recusa é que um comportamento sexual avesso à promiscuidade e à infidelidade conjugal bastaria para a protecção e pelo fato de que o preservativo não é totalmente eficiente contra as doenças sexualmente transmissíveis.
Vacina:
Alguns tipos de VPH, a Hepatite A e B podem ser prevenidas através da vacina.
Abstinência sexual:
A abstinência sexual consiste em evitar relações sexuais de qualquer espécie.Possui forte ligação com a religião.
Tratamento para doenças sexualmente transmissíveis:
O tratamento das DST depende, obviamente, da sua causa. Algumas DST têm cura, outras não. Infecções como gonorreia, clamídia e linfogranuloma podem ser curadas com uso de antibióticos apropriados. As infecções por hepatite B e C têm tratamento, mas a taxa de cura não é alta. Muitos pacientes vivem cronicamente com estas infecções.
O HIV tem tratamento, mas ainda não tem cura. O mesmo ocorre com a herpes genital.
O HPV não tem tratamento, mas em muitos casos o corpo consegue se livrar do vírus espontaneamente. O problema é o risco aumentado de câncer de colo do útero que as mulheres contaminadas apresentam.
Tricomoníase, caracterizada pelo corrimento acinzentado e espumoso com mau cheiro que pode ser tratada com metronidazol;
A Herpes genital. caracterizada pela formação de pequenas bolinhas avermelhadas agrupadas que podem ser tratada com o aciclovir;
AIDS, caracterizada pelo comprometimento do sistema imune, que pode ser tratada com uma série de medicamentos, mas que não tem cura;
A Sífilis, caracterizada pelo surgimento de uma pequena ferida na região genital que não dói e desaparece espontaneamente em poucos dias. Seu tratamento pode ser feito com a ingestão da penicilina;
Além destas doenças existem muitas outras e, por isso, é recomendado que assim que o indivíduo perceba alguma alteração na sua região genital ou na do parceiro ambos sejam examinados pelo médico.