A doença de parkinson é uma condição que afeta milhares de pessoas em todo o mundo. Além disso, o termo parkinsonismo se refere a um grupo de diversas doenças que apresentam sintomas em comum e que são associadas a outras manifestações neurológicas ou não.
Dentre essas doenças, está a doença de parkinson (DP), provavelmente a mais conhecida desse grupo. Ela recebe esse nome em homenagem ao primeiro médico que descreveu a doença, em 1817, Dr. James Parkinson.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos apresenta DP. No Brasil, infelizmente não há uma estatística exata da quantidade de enfermos, mas estima-se que 200 mil pessoas sofram da doença.
O que é a doença de parkinson?
Éuma perturbação degenerativa crónica do sistema nervoso central que afeta principalmente a coordenação motora. Os sintomas vão-se manifestando de forma lenta e gradual ao longo do tempo. Na fase inicial da doença, os sintomas mais óbvios são tremores, rigidez, lentidão de movimentos e dificuldade em caminhar.
Podem também ocorrer problemas de raciocínio e comportamentais. Nos estádios avançados da doença é comum a presença de demência. Cerca de 30% das pessoas manifestam depressão e ansiedade. Entre outros possíveis sintomas estão problemas sensoriais, emocionais e perturbações do sono. O conjunto dos principais sintomas a nível motor denominam-se “Parkinsonismo”, ou “síndrome de Parkinson”.
Sintomas da doença de parkinson:
Geralmente, a doença de parkinson começa de modo assintomático e avança de forma gradual. O primeiro sintoma é
- Tremores em cerca de dois terços das pessoas
- Problemas com movimentos ou uma sensação reduzida de odores na maioria das outras
Tremores normalmente apresentam as seguintes características:
- São largos e cadenciados
- Geralmente ocorre em uma mão, enquanto está em repouso (tremor de repouso)
- Frequentemente envolvem o movimento das mãos como se estivesse enrolando pequenos objetos (chamado “pill-rolling”)
- Diminui quando a mão está se movendo intencionalmente e desaparece por completo durante o sono
- Pode ser piorado por estresse emocional ou fadiga
- se intensificar e, com o tempo, avançar para a outra mão, braços e pernas
- também afetar as mandíbulas, a língua, a testa e as pálpebras, mas não a voz
Em algumas pessoas, o tremor nunca se desenvolve. Normalmente, a doença de parkinson causa também os seguintes sintomas:
- Rigidez: Os músculos ficam rígidos, tornando o movimento difícil. Quando o médico tenta flexionar o antebraço da pessoa ou esticá-lo, o braço resiste ao ser movido e, quando isso ocorre, começa e para de se mover, como se fosse uma roda dentada (chamada rigidez da roda dentada).
- Lentificação dos movimentos: Os movimentos se tornam lentos e difíceis de serem iniciados e as pessoas tendem a se mover menos. Quando elas se movem menos, mover-se torna-se mais difícil porque as articulações tornam-se rígidas e os músculos enfraquecidos.
- Dificuldade em manter o equilíbrio e a postura: A postura torna-se curvada, e é difícil manter o equilíbrio. Portanto, as pessoas tendem a tombar para a frente ou para trás. Visto que os movimentos são lentos, os indivíduos não poderão mexer as mãos com rapidez suficiente para amortecer uma queda.
Diagnóstico:
O diagnóstico da doença de parkinson é essencialmente clínico, baseado na correta valorização dos sinais e sintomas descritos. O profissional mais habilitado para tal interpretação é o médico neurologista, que é capaz de diferencia esta doença de outras que também afetam involuntariamente os movimentos do corpo.
Os exames complementares, como tomografia cerebral, ressonância magnética etc., servem apenas para avaliação de outros diagnósticos diferenciais. O exame de tomografia computadorizada por emissão de fóton-único para quantificar a dopamina cerebral (SPECT-Scan) pode ser utilizado como uma ferramenta especial para o diagnóstico de doença de parkinson, mas é, na maioria das vezes, desnecessário, diante do quadro clínico e evolutivo característico.
Causas da doença de parkinson:
Como explicado, a doença ocorre por conta da deficiência de dopamina, causada pela degenaração dos neurônios localizados na substância negra. Até hoje não foi descoberto o motivo efetivo para esses neurônios serem afetados, mas alguns fatores podem desempenhar um papel na formação da doença de parkinson. Confira abaixo quais são.
Idade
A DP é uma enfermidade que acomete principalmente as pessoas que tenham 60 anos ou mais. É conhecido alguns casos da apresentação da doença em pessoas com menos de 40, ou até mesmo 20 anos, mas são muito raros.
Histórico familiar
Não é regra, mas familiares de pessoas que possuem a doença de parkinson tem mais chances de desenvolver a doença.
Pessoas do sexo masculino
Segundo estatísticas, a doença é mais frequente em homens do que em mulheres.
Traumas isolados ou repetitivos no crânio
Um exemplo é o da atividade que um lutador de boxe pratica. Como ele recebe diversos traumas repetitivos na região do cérebro, os neurônios dopaminérgicos, isto é, os produtores da dopamina, podem se lesionar.
Contato com agrotóxicos
Determinadas substâncias químicas podem causar a lesão neurológica que levam ao Parkinson.
Tratamentos:
Não há cura conhecida para o Parkinson. O objetivo do tratamento é, prioritariamente, controlar os sintomas. Para isso, são usados basicamente medicamentos. Mas uma cirurgia pode ser necessária em alguns casos.
O médico também poderá recomendar mudanças no estilo de vida do paciente, especialmente a inclusão de exercício aeróbio contínuo no dia a dia da pessoa doente. Em alguns casos, a terapia física também será necessária para melhorar o senso de equilíbrio do paciente.
Medicamentos:
Medicamentos podem ajudar a tratar problemas com o andar, movimentos e tremor, aumentando a quantidade de dopamina no cérebro. Você haver uma melhora significativa dos sintomas após o início do tratamento.
Ao longo do tempo, no entanto, os benefícios dos medicamentos frequentemente diminuem ou tornam-se menos consistentes, embora os sintomas geralmente possam continuar a ser razoavelmente bem controlados. O médico pode prescrever derivados da levodopa, anticolinérgicos, amantadinas, entre outros.
É comum que aconteça a flutuação motora em pacientes que tomam levodopa, em que a intensidade dos sintomas varia ao longo do dia, conforme o pico de ação do medicamento. Normalmente isso pode ser controlado distribuindo melhor as doses ou fazendo associações medicamentosas.
Cirurgia:
Com menor frequência, a cirurgia pode ser uma opção para pacientes com Parkinson severo que já não responda a muitos medicamentos. Essas cirurgias não curam o Parkinson, mas podem ajudar alguns pacientes:
- Na estimulação cerebral profunda (DBS), o cirurgião implanta estimuladores elétricos em áreas específicas do cérebro para ajudar o movimento
- Outro tipo de cirurgia destrói os tecidos cerebrais que causam os sintomas do Parkinson.